PARTIDO DIVIDIDO
*** A decisão do vice de Dilma Rousseff é uma tentativa de evitar um possível racha no PMDB gaúcho.Na tentativa de evitar um racha no PMDB gaúcho, o presidente nacional do partido, Michel Temer, adiou para o dia 2 de setembro seu desembarque no Rio Grande do Sul. O próprio Temer teve de entrar em campo para dobrar as resistências da coordenação da campanha de José Fogaça, que temia perder espaço para os aliados de Dilma Rousseff (PT) no Estado.
*** Pressionado pela cúpula gaúcha a desistir do compromisso assumido com prefeitos peemedebistas de comandar um ato de apoio a Dilma nesta quarta-feira, o vice da petista disparou ontem uma série de ligações de São Paulo para os dirigentes gaúchos. Nas conversas com os parlamentares Eliseu Padilha, Mendes Ribeiro Filho e Pedro Simon, Temer propôs uma data alternativa para a visita, evitando dessa forma que o episódio fosse interpretado como uma vitória política dos prefeitos. No acerto avalizado pelos dirigentes gaúchos,
*** Temer garantiu que o almoço com os líderes municipais não contaminará a decisão de Fogaça de se manter neutro na disputa presidencial. Em contrapartida, o presidente do PMDB fará manifestação pública de apoio a Fogaça na sede estadual da sigla. Estamos tomando cuidado para não criar problemas políticos e embaraços a Fogaça. Com essa fórmula, atenderemos tanto aos prefeitos quanto aos dirigentes contou um interlocutor de Temer.
*** Para petistas, vinda de Temer consolida virada de Dilma no RS.
*** O coordenador da campanha de Temer, o ex-governador do Rio Moreira Franco, justificou o adiamento como uma forma de agradar as duas correntes do PMDB no Estado. Temer comunicou o adiamento ao prefeito de Quaraí, João Carlos Vieira Geddel, no início da tarde de ontem. Gediel, que é um dos coordenadores do encontro, reprogramou a recepção marcada para o CTG 35.
*** Queremos uma agenda produtiva tanto para Dilma quanto para Fogaça. Não estamos disputando vaidade com ninguém. Mas é uma pena, pois isso (o adiamento) só enfraquece o PMDB do Rio Grande lamentou o prefeito.
*** No flanco petista, a passagem do presidente do PMDB pelo Estado é vista como fundamental para consolidar o recente crescimento de Dilma sobre o candidato José Serra (PSDB) entre os gaúchos. Os líderes do PT acreditam que, a exemplo do que fez com Eliseu Padilha, Temer consiga segurar os peemedebistas dispostos a fazer campanha pelo candidato tucano.
*** O comando estadual do PMDB tem medo de que Temer venha ao Estado porque irá criar uma ponte direta entre ele e os prefeitos afirma um dos coordenadores da campanha petista.
*** O motivo da polêmica - O PMDB gaúcho está dividido em relação ao candidato à Presidência. Uma parte apoia José Serra (PSDB) e a outra Dilma Rousseff (PT).
*** Diante dessa divisão, o candidato do PMDB ao governo do Estado, José Fogaça, decidiu se manter neutro na disputa presidencial. Para justificar sua posição, o ex-prefeito chegou a cunhar uma expressão imparcialidade ativa.
*** O grupo de peemedebistas que apoia Dilma formado por prefeitos e vereadores do Interior tenta trazer para o Estado o vice dela, o deputado federal Michel Temer (SP), que é do PMDB. Seria uma forma de oficializar o apoio à candidata do PT por meio do vice, um peemedebista.
*** A direção estadual do partido não gostou desse movimento e pediu a Temer que adiasse o encontro, sob pena de fragilizar o PMDB gaúcho e prejudicar a candidatura de Fogaça. O medo da cúpula gaúcha é que o gesto dos prefeitos acabe fortalecendo a candidatura de Tarso Genro (PT).
*** Temer remarcou para o dia 2 a vinda ao Estado. É provável que ele participe de dois encontros. Um com o grupo que apoia Dilma e outro com a direção estadual. Com este último, a ideia é fazer um ato de apoio a Fogaça.