O DFTV mostra agora pacientes que estão há quase dois meses dentro do Hospital de Base a espera de uma cirurgia. Motivo? Um aparelho de raio X quebrado. E a fila é grande.As imagens mostram as salas de espera para cirurgias: lotadas. A maioria dos pacientes precisa operar a coluna, mas há quase dois meses um aparelho que ajuda os médicos nas cirurgias quebrou. Franciane Agatiello fraturou uma vértebra em um acidente de carro no dia 2 de março e está sem movimentar as pernas.
“Estou aqui há três meses, sem poder fazer nada, em cima de uma cama, sem poder tomar um banho”, reclama a paciente Franciane Agatiello. “Eles falavam assim, que daqui a 15 dias estava arrumando, e nada”, conta a paciente Geneci de Oliveira. O aparelho de radioscopia é uma espécie de raio X, que vê a imagem em movimento. De acordo com a assessoria do Hospital de Base, não dá para fazer algumas cirurgias sem ele. Mas, mesmo antes do aparelho quebrar, muitos pacientes já passavam meses na fila de espera. Do lado de fora, as famílias estão revoltadas. Juliane de Araújo mostra o relatório médico da mãe: mal pode ser lido, porque o hospital também não tinha toner para a impressora. “Eu, como filha, vendo isso acontecendo e não poder fazer nada, acho que é muito pior. Mas quem tem que fazer não sou eu. Acho que quem tem que fazer são os governantes”, afirma a recepcionista Juliane de Araújo.
Em outro documento, um médico critica o hospital e diz que falta até esparadrapo. E dentro do hospital, uma paciente confirma a precariedade. “Eu tenho que comprar esparadrapo, polifixo – um remédio que tenho que tomar na veia pra dor. Então, tenho que comprar tudo”, relata uma paciente.
Maria Cleoneide quer uma solução para o marido, que está imobilizado depois que caiu de um poste. “E quem é que vai resolver: o governador, o hospital, o juiz. Então, se acontecer alguma coisa com ele, quem vai responder por isso?”, questiona a cabeleireira. O Hospital de Base informou que a peça para reposição chegou e os técnicos já começaram a trabalhar no conserto do aparelho.
Luisa Doyle / Márcio Muniz