terça-feira, 22 de março de 2011

Da:Zero Hora

Rosane  Oliveira
Apenas mais um
Se há uma coisa de que o Brasil não precisa é de um novo partido político para se somar aos 27 já existentes, a maioria nanicos sem qualquer expressão. O partido que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, lançou ontem nasce com a pretensão de ser diferente, embora seja feito da mesma matéria da maioria dos que nascem, a partir de ambições pessoais. Sem clima para continuar no Democratas, Kassab ressuscitou uma sigla do passado PSD para batizar o partido criado para chamar de seu. O Partido Social Democrático nasce raquítico se comparado ao projeto original de atrair grandes nomes do Democratas, como a senadora Kátia Abreu (TO) e o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. Pequeno, mas pretensioso. Ontem, o secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura de São Paulo, Claudio Lembo, disse no Gaúcha Atualidade que o PSD é diferente porque todos os outros partidos tradicionais vieram do regime militar e esse está sendo criado na democracia plena. Registre-se que, dos 27 partidos com registro definitivo deferido, 19 foram criados depois de 1990. O último, o PR, teve o registro deferido em dezembro de 2006. O PSD não será o 28º porque antes dele está na fila o Partido Pátria Livre (PPL). Lembo garantiu que o novo partido não será uma escala para Kassab e seus seguidores saltarem do DEM para o PSB. Mas que ninguém se iluda: a garantia que o prefeito dá é de que a fusão com outro partido está descartada até 2012. Depois de 2012, quem sabe?  – Não faremos fusão. Fomos convidados por duas legendas, o PMDB e o PSB, e definimos nas últimas semanas que o partido caminhará com as próprias pernas nas eleições municipais do ano que vem – disse Kassab.  O partido nasce relativamente forte em São Paulo e na Bahia, onde desfalcou a estrutura sustentada durante décadas no prestígio de Antônio Carlos Magalhães. Não por acaso, um dos mais irados com a “traição de Kassab” é o deputado ACM Neto. Na Bahia, o projeto é ambicioso: atrair cem prefeitos, oito deputados estaduais e cinco deputados federais, entre eles Paulo Magalhães (DEM), sobrinho de ACM.
AUSÊNCIA GAÚCHA
Para um Estado que até pouco tempo se orgulhava de ter os melhores níveis educacionais do país, a ausência é simbólica: das 11 educadoras homenageadas ontem pela presidente da República, Dilma Rousseff, com a outorga da Ordem Nacional do Mérito, nenhuma é gaúcha.  Elas trabalham nos Estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o Planalto, todas fizeram diferença em suas comunidades por iniciativas como, por exemplo, a transformação de escolas com infraestrutura precária em instituições de referência de ensino.
ALIÁS
No Rio Grande do Sul, onde o PFL nunca decolou e já com o nome de DEM fez fiasco na eleição passada, as chances de o PSD prosperar são próximas de zero.
Yeda versus procuradores
Está na pauta de hoje do Conselho Nacional do Ministério Público a retomada do julgamento do processo administrativo aberto a pedido da ex-governadora Yeda Crusius contra os seis procuradores da força-tarefa que investigou o esquema de desvio de recursos do Detran.  A sindicância pretende apurar “suposto abuso e exposição indevida da honra da reclamante” durante entrevista coletiva em que os procuradores anunciaram que a então governadora havia sido acusada por improbidade administrativa no caso.  O procedimento foi aberto em 2009. Da última vez que o caso entrou na pauta, em agosto do ano passado, houve pedido de vista. Segundo a assessoria do CNMP, não há garantia de que o processo seja julgado hoje. Nada impede novo pedido de vista.  Por enquanto, a votação está em um a um: o relator votou pelo arquivamento do processo e um conselheiro votou contra. O conselho tem 14 membros.
Do outro lado do balcão
Antigos colegas da professora Juçara Dutra Vieira, ex-presidente do Cpers, ficaram mordidos com o artigo que ela publicou em Zero Hora defendendo a proposta do governo ao magistério. Dizem que ela não representa o magistério porque tem cargo de confiança no governo e recebe um dos salários mais cobiçados do Piratini.  Registre-se que Juçara não é o único caso de ex-sindicalista que está no governo – e que causa este tipo de reação entre os ex-companheiros.
No Dia do Teatro
A aguerrida Eva Sopher vai enfim conseguir mostrar ao governador Tarso Genro como andam as obras do Multipalco.  Tarso confirmou uma visita oficial no dia 28, Dia Internacional do Teatro. Depois da visita, a administração, que estava acampada até agora numa sala improvisada, se muda para as novas instalações.  Dona Eva acredita que, vendo com os próprios olhos o que já foi feito, o governador se comprometerá com a conclusão da obra até o fim do governo. A decisão judicial que manda reintegrar ex-diretores do Irga é um revés para o governador e advogado Tarso Genro, que estava convencido da legalidade da substituição dos indicados no governo anterior. O deputado Onyx Lorenzoni anunciou que vai processar o delator do mensalão do Democratas, Durval Barbosa. Reportagem do jornal O Globo revelou que, em um depoimento, o delator do esquema citou Onyx como um dos beneficiários do mensalão do DEM.
Ciúme de homem
Autor de um projeto que acaba com a pensão para ex-governadores, o deputado Luciano Azevedo (PPS) ficou com o que se poderia chamar de “inveja boa” dos paranaenses. Lá, o governador Beto Richa cancelou a pensão de quatro ex-governadores que passaram a receber o benefício após a Constituição de 1988.
A tesoura atingiu dois ex-governadores que cumpriram mandatos inteiros (Roberto Requião e Jaime Lerner) e dois vices que ficaram por menos de um ano no cargo e levaram o benefício (Mário Pereira e Orlando Pessuti). A de Alvaro Dias já havia sido cortada em janeiro.A mãe do governador, viúva de José Richa, escapou porque já recebia a pensão quando a Constituição foi promulgada.
MIRANTE
Viúva do ex-vice-prefeito Glênio Peres, a baiana Lícia Peres receberá na quinta-feira a Medalha Cidade de Porto Alegre. Lícia, que vive na Capital desde 1964, está eufórica com a homenagem. Diz que optou por continuar aqui quando Glênio morreu porque é a cidade dos seus afetos.
Com 1,8 mil convites vendidos, a festa de aniversário de 61 anos do senador Paulo Paim (PT) arrecadou uma tonelada de alimentos não perecíveis para doação às vítimas da enchente de São Lourenço do Sul.