terça-feira, 15 de junho de 2010

Adão Oliveira/Jornal do Comercio.

O Congresso e o STF
O deputado Gerson Peres (PP-PA), um dos mais antigos deputados do Congresso Nacional, sempre defende a Casa quando a imprensa denuncia os parlamentares por algum ato que deponha contra a ética. Para ele, “o Poder Legislativo é o mais transparente, porque é o mais aberto e livre. É de natureza institucional diferenciada. Por ele passam todas as iniciativas legais dos demais Poderes, que atribuem aos mesmos a legitimidade de seus atos e julgamentos”. Talvez daí tenha a imprensa gêmea preocupação de vigiá-lo, imagina o deputado. Não é daí não, nobre deputado. A imprensa denuncia fatos inquestionáveis e profundamente lamentáveis praticados por aqueles que têm compromissos para com o País e sua Constituição. Ontem, o site Congresso em Foco revelou a relação dos congressistas que respondem processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Para espanto geral, eles formam a maior bancada do Legislativo federal, composta por 21 senadores e 147 deputados. Juntos, eles são alvos de 396 investigações no Supremo. Estes 168 parlamentares pertencem a 15 partidos diferentes, das 27 unidades da Federação. Da relação, quatro deputados federais são do Rio Grande do Sul: Fernando Marroni (PT), Sergio Moraes (PTB), Eliseu Padilha (PMDB) e José Otávio Germano (PP). Dois, com ações penais: Fernando Marroni, por crime contra a Lei de Licitação, e Sergio Moraes, por crimes de responsabilidade. Os outros dois: Eliseu Padilha e José Otávio Germano respondem a inquéritos no STF. Padilha, por corrupção passiva e competência por prerrogativa de função, e José Otávio por peculato e crimes da Lei de Licitações e competência por prerrogativa de função. Como se vê, apesar de Gerson Peres defender a Casa, a imprensa tem lá suas razões para denúncias. Com uma ressalva. Nem tudo está perdido. Lá, a maioria é formada por homens de bem que trabalham pelo Brasil com seriedade e abnegação.