sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Hélio Costa contesta denúncia de proprina

Candidato ao governo de Minas rechaça acusações de que propina cobrada para liberação de empréstimo fosse para abastecer campanha.O candidato ao governo de Minas Gerais Hélio Costa (PMDB) divulgou nota ontem informando que vai processar o empresário Rubnei Quícoli por calúnia. Quícoli, que confirmou ter recebido da Capital Assessoria uma proposta de pagamento de propina para conseguir um empréstimo de R$ 9 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou à imprensa que os R$ 5 milhões que seriam pagos na operação abasteceriam as campanhas eleitorais da candidata à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e de Hélio Costa.Conforme a denúncia do empresário, que se apresentou como representante da EDRB, a empresa de consultoria administrada por filhos da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra teria proposto liberar o financiamento mediante pagamento de R$ 240 mil mais 5% do valor pedido ao banco.Rubnei Quícoli afirmou que teria partido do ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antônio Oliveira o pedido do pagamento de R$ 5 milhões de propina para liberação do empréstimo. Conforme Quícoli, o mesmo Marco Antônio teria dito que a verba era para “tapar um buraco” na campanha de Dilma, e parte do dinheiro iria para Hélio Costa, ex-ministro das Comunicações. O empresário informa que o valor não foi pago e o empréstimo acabou bloqueado.“Caluniador”...O ex-ministro classificou Quícoli de caluniador. “O senador Hélio Costa repele a tentativa de um indivíduo de reputação comprometida por envolvimento com roubo de carga e receptação de dinheiro falso de envolver o nome da ex-ministra Dilma Rousseff e o dele, Hélio Costa, numa denúncia caluniosa. A quem interessa essa calúnia a duas semanas da eleição?”, questiona Costa, em nota.A EDRB, em nota, desautorizou Rubnei Quícoli a falar em nome da empresa. A companhia informou que oferecia projetos de geração de energia solar e Quícoli era um dos “agentes independentes” que se mostraram interessados em captar recursos para o empreendimento. “A atuação do sr. Rubnei Quícoli é autônoma, vinculada ao êxito do projeto, cabendo a si, tão somente a si, a responsabilidade pelas informações prestadas”.
Inquérito deve perder sigilo...(Edson Luiz)O inquérito que apura o desvio de dinheiro público no Amapá, que resultou na Operação Mãos Limpas, desencadeada há uma semana pela Polícia Federal, pode ser aberto a qualquer momento. Ontem, o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que libere os autos, com exceção das interceptações telefônicas e dos sigilos bancário e fiscal dos principais envolvidos. A ação da PF resultou na prisão do governador do estado, Pedro Paulo Dias (PP), seu antecessor, Waldez Góes — que é candidato ao Senado — e outras 16 pessoas.Para o MPF, não há motivos para manter o caso em segredo, apenas os temas que possam revelar fatos sigilosos sobre os acusados. “O Ministério Público Federal entende que devem permanecer sob segredo de Justiça somente as gravações e respectivas transcrições de comunicação telefônica, bem como os documentos bancários e fiscais dos investigados, autuados em apensos próprios, nos quais poderá conter informações que não interessem à investigação e digam respeito à privacidade e à intimidade dos investigados”, diz o parecer do subprocurador Francisco Dias Teixeira.
Liberação...A tendência do relator do inquérito no STJ, ministro João Otávio Noronha, é liberar parte dos autos, muitos deles já divulgados pela imprensa. A mesma posição vem sendo adotada pela Polícia Federal (PF), que não vê problemas em revelar o que foi investigado, pois os principais envolvidos permanecerão presos em Brasília até o próximo domingo, quando vence a prorrogação da prisão temporária, decretada na semana passada. Dos 18 detidos, 12 foram libertados na última quarta-feira.A Operação Mãos Limpas foi deflagrada na última sexta-feira pela Polícia Federal e foi resultado de um ano de investigações. A PF descobriu uma série de fraudes no Amapá, principalmente em licitações em serviços e compras.(CBONLINEDF)